SINATFISCO identifica aumento artificial nas despesas com pessoal no relatório do Governo Rafael Fonteles

17 de outubro de 2024

No relatório do 2º quadrimestre de 2024 de despesa com pessoal do Poder Executivo, disponibilizado no Diário Oficial do dia 27/09, foi registrado um acréscimo de mais de R$ 263 milhões em despesas brutas em comparação ao relatório de abril (1º quadrimestre).

Só que, ao se analisar os componentes dessa despesa bruta, verifica-se que esse valor aumentado em excesso não é em função da implementação do reajuste de 5,35%, a partir de maio, nos vencimentos dos servidores efetivos.

A maior parte desse acréscimo foi nas obrigações patronais: mais de R$ 176 MILHÕES, que se deve à instituição, a partir de maio, por meio do decreto nº 23.013/2024, de uma contribuição patronal extraordinária.

O que aconteceu, de fato, foi o seguinte: o aporte financeiro, que o governo já fazia, transferindo recursos do tesouro estadual para o fundo de previdência, para complementar o pagamento de aposentadorias e pensões foi transformado em contribuição patronal.

O governo fez isso por que o aporte financeiro não aparecia no relatório como uma despesa (ficava embutido), pois a despesa já constava lá: era o próprio valor das aposentadorias e pensões, que tinham que ser pagas, quer o fundo de previdência tivesse todo o recurso para isso ou não.

Com a transformação desse aporte financeiro em contribuição patronal, o recurso financeiro passa a figurar no relatório, como um acréscimo de despesa nas obrigações patronais, mas na verdade é o mesmo recurso que já era repassado para complementar o pagamento das aposentarias e pensões. Isso foi que gerou um aumento artificial na despesa bruta com pessoal.

Adicionalmente, as deduções relacionadas à despesa com pessoal, que incluem os recursos do fundo de previdência para aposentadorias e pensões, diminuíram na comparação entre os relatórios do 2º e 1º quadrimestres, levando a um aumento ainda maior na despesa líquida.

O SINATFISCO expressa preocupação com os dados apresentados, que não refletem um aumento real nas despesas com pessoal. Isso sugere que o Governo pode continuar manipulando a percepção pública para limitar a recomposição salarial dos servidores a percentuais mínimos, ignorando as perdas causadas pela inflação ao longo dos anos, não apenas no último ano.

Continuamos atentos aos números e aos relatórios da gestão estadual!

 

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