… Selecionei meus hóspedes,
Joguei fora tudo o que me era supérfluo;
expulsei tudo quanto tanto mal me fazia! 
— incluindo a tristeza…

Voltei-me para minha casa limpa 
— tão auspicioso!
Notei, porém que de tão limpa que ficou,
foi-se também a minha índole guerreira,…
Tornando-me mero fantoche da utópica “sempre presente felicidade”…
É que, aquilo que tanto nos maltrata, na verdade cumpre apenas uma tarefa, a saber, de enrijecer aquilo que o somos no íntimo.
… Abri novamente as minhas janelas,
Nelas, sombras esquivas e intimidadores gritos passaram a entrar.
Rebusquei as minhas forças, alojadas nos locais onde somente eu e Deus o podemos perscrutar…
Inclusive, lá habitam, em digladios, tanto a coragem quanto o medo; 
tanto o medo, quanto a coragem…
Bradei, enfim:
— Guerreiro sou eu! que brandi minha espada, forjada nos recônditos de minha alma, só para não ser vencido pelo medo de meus próprios medos!…
… De volta chamei minha tristeza, minha infelicidade, bem como todos os meus medos e infortúnios… 
— só para que eu os pudesse enfrentá-los e, finalmente vencê-los!
É que, quanto mais fugimos do medo, quanto mais se nos apodera o próprio medo…
Quanto à tristeza, ela não foi embora; ela continuou dentro de mim — por quê?
É que a tristeza, assim como dá-se com a alegria, é meramente sazonal, assim como dá-se com a noite; assim como dá-se, também com o dia,…
Aprendemos com o dia! 
— com a noite, também!
Durante o dia nós vivemos,… 
À noite, refletimos sobre tudo o que fizemos durante o dia… 
E isso nos resulta em RESILIÊNCIA E MUITA SABEDORIA!
O dia é lindo! — A noite, também…
Eis que quão bom e agradável é viver na gente, sem ter medo de nós mesmos!

©_Valdiwilson Monteiro
Poeta de Piripiri.
ACADEMIA DE CIÊNCIAS, ARTES E LETRAS.